Cidades bizantinas fora da Turquia: a fortaleza de Capidava

 

    em Dobrogea, Roménia

    Fortaleza de Capidava ou Fortaleza da Curva – no local onde o Danúbio faz uma curva larga (daí o nome), os getas ergueram há mais de dois milénios uma fortaleza a que chamaram Capidava. Posteriormente, dada a sua importância estratégica, os romanos construíram uma fortaleza e um porto, na época do Imperador Trajano, para controlar o vale do Danúbio naquela região da Cítia Menor, antes da invasão da Dácia.

    A fortificação militar, que albergava uma próspera cidade portuária, perdurou ininterruptamente durante quase meio milénio, até ao século VI, quando foi finalmente abandonada após a destruição provocada pela migração de cutrigures (ano 559). Mais tarde, no século X, o Império Bizantino tomou a cidade e tentou reativar o comércio, mas a cidade teve uma curta duração, sendo novamente abandonada após uma devastadora conquista pechenegue em 1036.

    Porque é que este fundidor é tão importante? Para além de ter sido a zona onde viveram os primeiros Dobrogei (dízimos), a novidade é um vaso de cerâmica que contém uma inscrição considerada a primeira atestação epigráfica da língua romena. A sua história contém algumas estranhas coincidências: o vaso foi trazido à superfície no Verão de 1967 por uma manada de porcos pertencente a um homem local chamado Petre, que tinha entrado no sítio escavado pelos arqueólogos.



    O jarro data do final do primeiro milénio d.C. e, quando os arqueólogos o examinaram, encontraram inscrições invulgares – além de letras gregas, o oleiro do século X escreveu nele o seu nome: PEDRO. O camponês que encontrou o vaso também se chamava Petre, e o arqueólogo que cavou o solo onde os porcos tinham entrado chamava-se Petre, o Diácono.

    Uma lenda local diz que nas encostas de Topalu, especialmente nos verões secos, as rochas se projetam da água como espinhos, os últimos vestígios de uma grande ponte de pedra sobre o Danúbio. Não há certeza arqueológica ou documentada a este respeito, mas o certo é que existiam duas estradas antigas que conduziam à margem do Danúbio exactamente onde a ponte foi supostamente construída, e o arqueólogo polaco Pamfil, que trabalhou extensivamente na fortaleza de Capidava, defende que é bem possível que neste local, onde poderia ter sido construída sem problemas, existisse realmente uma grande ponte de pedra.

    Comentários

    Mensagens populares deste blogue

    GRUPOS POLÍTICOS NO PARLAMENTO EUROPEU (1979-2024) Infografia: evolução e competência

    A incrível história de uma pequena floresta flutuando no oceano

    Parlamento com várias datas de nascimento

    As 100 melhores raças de cães

    10 cidades mais visitadas da Europa

    Sobre os parques ingleses - tipologia e exemplos

    Sistema tributário nos países da OCDE

    Vídeo Parece